A análise de Nuno Ferreira Morgado, Sócio / Partner da PLMJ
Os resultados do 43.º barómetro da Executive Digest são muito interessantes. Destacam-se entre eles, os referentes à utilização de IA nas empresas. Apenas 5% responde não estar a recorrer a esta tecnologia (embora preveja fazê-lo em breve). Os restantes 95% já estão, com diferentes graus de implementação, a utilizar IA. Os impactos da utilização da IA ainda são leves, mas em breve serão muito evidentes tendo muito de positivo mas também de disrupção. Isto será ainda mais verdade quando estiver acessível a ASI (Artificial Super Inteligence), o que se prevê vir a ocorrer no próximo ano. Para além dos evidentes ganhos de eficiência e das oportunidades que a IA irá proporcionar, parece-me que os riscos são muitos e muito relevantes. Desde logo, a disrupção sobre os modelos de negócios das empresas será extremamente rápida, pelo que as empresas devem adoptar a IA na maior medida que lhes for possível e monitorizar (com métricas concretas) o impacto da mesma nas suas actividades de modo a, progressivamente, tanto quanto possível, implementar as alterações que forçosamente terão de realizar, suavizando os respectivos efeitos, dessa forma minimizando os impactos vários que daí decorram. O outro grande risco que me parece existir será na dimensão social e em particular sobre o nível de emprego. Se a IA generativa, ainda, não é totalmente confiável e, por vezes, gera resultados que têm de ser verificados, a ASI não será assim. A expectativa é que a ASI exceda o ser humano em todas as suas dimensões. São, entendo eu, inevitáveis e relevantes os impactos sobre o emprego e tenho dúvidas que, contrariamente ao que sucedeu noutras revoluções tecnológicas, a taxa de criação de novo emprego será bastante mais reduzida. Encaremos o futuro com optimismo, mas preparemo-nos para ele.
Testemunho publicado na edição de Agosto (nº. 233) da Executive Digest, no âmbito da XLIII edição do seu Barómetro.














